Entre títulos, dicas e imbróglio até em DP, professor vira descobridor de talentos no handebol de Lucélia e Panorama
Nossa Lucélia - 26.02.2021


Com história no esporte iniciada há cerca de 40 anos, Arnaldo Galiani faz da modalidade uma ferramenta que viabiliza oportunidades a jovens do Oeste Paulista como a pivô luceliense Isaura Menin e as atletas Larissa e Lívia de Panorama

P. PRUDENTE - A trajetória do professor Arnaldo Galiani mostra que a vocação esportiva é tão importante para ele quanto o gosto por desafios. E, para vencer alguns deles, foi necessário algo a mais do que a paixão pelo esporte. Hoje, aos 58 anos, a principal marca adquirida nessas quase quatro décadas de "construção diária", como ele ressalta, é a de grande lapidador do handebol no Oeste Paulista.

Porém, até chegar a esse posto, as escolhas desafiadoras proporcionaram de tudo um pouco. E isso tanto dentro quanto fora das quadras. Naturalmente, como o próprio professor também destaca, o cansaço chegou, mas, com ele, títulos nas categorias de base e experiências inusitadas, até em delegacia. Frutos dos esforços que ajudaram jovens da região a alcançarem novos ares e, em alguns casos, dar um passo a mais na modalidade.

Parte da inspiração tem como origem uma atleta descoberta pelo professor na Nova Alta Paulista. E esta, uma realidade no cenário internacional. Em 2008, quando ainda dava aula em Lucélia, Arnaldo Galiani teve seu primeiro contato com a pivô Isaura Menin. A atleta da região hoje defende o Uneatlântico Pereda, de Santander, da liga espanhola, e esteve com a seleção no último mundial da categoria.

E, claro, naquele momento de trazer as resenhas à tona, o professor relembra também que, além da dificuldade de apresentar o handebol como uma boa opção, o caso de Isaura gerou um segundo desafio: o de convencê-la que a posição de pivô era o melhor caminho a seguir. Isso sem deixar de se aperfeiçoar em uma outra posição, como "Plano B".

“Ela queria muito ser central. E eu dizia para ela focar em ser pivô, mas sem deixar de tentar jogar nas duas”.

O tempo como professor de Isaura trouxe ainda uma situação inesquecível, vivida durante uma competição da base, em Sertãozinho. Como Isaura já possuía um porte físico acima da média da sua idade, foi necessário o comparecimento a um Distrito de Polícia local para que a documentação apresentada fosse comprovada originalmente. O que hoje é encarado com normalidade, sem ressentimentos.

EM PANORAMA - Os últimos frutos colhidos com a ajuda do trabalho foram as chances obtidas pelas atletas Larissa e Lívia em equipes do cenário nacional. As duas começaram com ele na Escola Estadual Dom Lúcio Antunes, em Panorama, antes de seguirem para a equipe de Presidente Prudente. A chance veio graças ao destaque conseguido por elas em competições escolares e regionais, sob o comando de Galiani. E ele relembra que não fácil convencê-las de que o handebol seria uma boa opção, mas revela parte de seus argumentos.

“O convencimento, na maioria desses casos, é o seguinte: como muitos dos jovens aqui da nossa região, de cidades como Panorama, poderão conhecer tantas cidades, até no litoral, assim tão jovem, até em pouco tempo? O esporte é uma grande oportunidade para isso também”.

E as dicas do professor seguiram dando resultado e proporcionando novos tipos de conhecimento, além das amizades e o geográfico – como ele argumentava. Agora, Larissa defenderá o Maringá e cursará educação física, enquanto Lívia, no Cascavel, estudará fisioterapia.

Sobre sua própria trajetória no esporte, o professor de Panorama explica que foi ciclista da equipe de Prudente no começo da década de 80. Formado em educação física desde 1985, ele exerceu a profissão em Cáceres (MT) e Santa Adélia (na região de São José do Rio Preto), antes de voltar à região em 2007, dando aula em Lucélia. Cerca de sete anos depois, ele voltou a Panorama, onde se aposentou da rede estadual há menos de um ano, mas ainda atua na rede municipal.

E o técnico descobridor, conselheiro, "roupeiro e psicólogo", como ele descreve, garante que o esforço valeu a pena. A parceira com o esporte correspondeu em muitos casos quando o assunto foi a busca pela inclusão social, e ele acredita que isso é o mais importante em seu currículo.

“Como a gente costuma dizer, o importante é o legado deixado. Não vou levar nada além disso. Tive momentos de alegria, de dificuldades. Mas o esporte me ajudou a levar tudo isso para eles”.




Fonte: João Paulo Tilio e Paulo Taroco _ Globo Esporte

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