NAZISTAS ESCREVIAM CARTAS AOS IMIGRANTES ALEMÃES RADICADOS EM LUCÉLIA
Um dos episódios mais cruéis que manchou o século XX e toda a existência do mundo foi a Segunda Guerra Mundial. Um conflito bélico que envolveu nações, arrasou países e colocou em questão, se o homem é mesmo um ser racional.
A Alemanha, liderada pelo fanatismo Nazista (Partido de extrema direita que levou Adolf Hitler ao poder), aliou-se à Itália, onde os fascistas (Partido de extrema direita liderado pelo fanático Benito Mussolini) e o Japão, formando os países do Eixo (Tóquio – Berlim – Roma).
Unidas, as três nações desejavam dominar o mundo, pregando supremacia da ariana.
Os judeus foram perseguidos, presos e executados em campos de concentração (Câmara de gás, fornos crematórios, etc.).
A Alemanha, a Itália e o Japão, foram derrotados pelos países aliados (EUA, União Soviética, Inglaterra e com a ajuda da França).
A Europa ficou em ruínas e o único país que lucrou com a guerra foi os EUA, por terem financiado a reconstrução da Europa e Japão, através do plano Marshall.
A cidade de LUCÉLIA, teve em sua colonização, a presença (NOVA PÁTRIA) dos colonos alemães, denominada Colônia Alemã. Os nazistas no ano de 1.947, escreviam cartas aos alemães que aqui residiam, impulsionados pela propaganda nazista de "Reconstrução da Alemanha".
Conforme relatos obtidos pelo Prof. Jeová Severo da Silva em sua MONOGRAFIA DE GEOGRAFIA defendida em 1.999, na Unesp de Presidente Prudente com o título "LUCÉLIA – SP, DO INÍCIO AO MEIO": Uma Análise da evolução do Município, onde os alemães escreviam slogans: "Volte para o Reich", Volte para unificar e reconstruir sua Alemanha"; "Volte para a Pátria"; "Volte para a terra pelo Hitler".
Como o Brasil aderiu aos aliados em 1.942, os alemães radicados no Brasil, começaram a ser tratados com a lei do silêncio.
"As casas dos alemães foram arrombadas, reviradas, saqueadas; os livros, revistas, cartas e documentos pessoais dos alemães eram queimados. Uma simples conversa, ou reunião entre os familiares amigos, em língua alemã e mesmo escutando noticiários em emissoras internacionais eram motivos suficientes para determinar prisões arbitrárias.
Conforme consta na Monografia de Jeová Severo da Silva, pg. 16.
A colônia onde os alemães residiam era chamada "Colônia Alemã", que devido o fato do Brasil estar contra a Alemanha na Guerra, esta colônia passou a se chamar "Colônia Paulista", onde hoje existem túmulos destruídos para o cultivo da lavoura de milho, cana de açúcar e pastagens.
Alguns relatos importantes deste episódio em Lucélia, estão narrados na obra "Grandes e Pequenas Pedras de um Mosaico", escrita pela senhora Margarida Kuzli.
Muitas dessas cartas que os colonos alemães recebiam de seus parentes, eram propaganda nazista, onde pregavam a supremacia dos alemães sobre o mundo.
Era intenção dos alemães fazer uma revolta armada no Brasil. Eles queriam que as colônias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e outras espalhadas pelo interior de São Paulo, pegassem em armas para lutar contra os brasileiros, fazendo uma guerra civil.
Como pode se ver, nossa Lucélia teve em sua História, documentos constatados que podem reforçar futuras pesquisas acadêmicas, sobre o tema, que pode passar desapercebidos, mas tem repercussão internacional.
Cemitério dos alemães na Colônia Paulista pode desaparecer
Quem vai pela vicinal Paschoal Milton Lentini, rumo ao Salto Botelho, quando passa pela Colônia Paulista, pode ver resquícios do que foi no passado um cemitério, e parte da memória da cidade. Lucélia teve sua colonização feita por quatro grandes levas de imigrantes. Na colônia Balisa, imigrantes de russos brancos, chegaram em meio a mata por volta de 1930. Parte desses russos, oriundos da antiga Bessarábia vieram fugidos da Europa, em virtude da revolução comunista que estava em marcha no velho continente. Na época a Colônia Balisa, pertencia à Comarca de Martinópolis. Também tiveram grande participação no que seria Lucélia, os japoneses e teutos (suíços).
Na região da Colônia Paulista foi colonizada por descendentes de alemães e alguns suíços que moravam no que era no passado chamada de Colônia Nova Pátria. Como o mundo estava em guerra, alguns descendentes de alemães aderiram ao nazismo e por causa do Brasil entrar na guerra contra a Alemanha nazista, o governo brasileiro mudou o nome de varas colônias. A colônia Nova Pátria, passou a se chamar colônia Paulista. Ali houve um grande cemitério, talvez o cemitério mais antigo de Lucélia e da Nova Alta Paulista, que esta aos poucos sendo deteriorado pela ação do tempo, mato, e avança da lavoura de cana de açúcar. Hoje, pouco resta do que já foi o primeiro cemitério da região.
A Colônia Paulista pertencia ao distrito de Araçatuba, e seus primeiros colonos chegaram na década de 1920. Tinha por volta de 60 famílias, a maioria vinda da Alemanha. As famílias compravam suas terras ainda na Alemanha, ou quando chegavam ao Brasil, e a colônia era dividida em lotes de um pouco mais de 21 alqueires paulista (1 alqueire paulista = 2,42 hectares). Os nascimentos e casamentos eram registrados nas cidades mais próximas, em maior parte em Araçatuba, Valparaíso.
Na propaganda que foi veiculada nos jornais alemães na década de 1920, era prometido terra fértil em lotes de cerca de 50 hectares (uma enormidade para os padrões alemães), podendo ser pagos em até 10 anos, eventualmente até com prestação de serviços. Era terra de mata virgem em pleno sertão mas a propaganda dizia que dentro de no máximo 4 anos seria construída uma moderna estrada de ferro que passaria no meio da gleba.
Atualmente as terras onde era a Colônia Paulista pertencem ao município de Lucélia - SP, ainda com o cemitério com túmulos de colonos, embora alguns já tendo sido transferidos para outros locais.
Famílias que moravam na Colônia Paulista: (em frente aos sobrenomes há os nomes de alguns dos colonos, podendo haver mais do que o especificado também, além de outras famílias que ainda estou procurando por informações e não aparecem abaixo - no caso das mulheres, dentro do possível coloco-nas com o sobrenome de solteira)
Blisembach Stephan e esposa Gertrud. Filhos: Gertrud, Katarina, Marta Helena
Burger Leo, Anne e Georg, Oscar, Carlos, Erika, Helga, Erika e Luís. Bruch Wilhelm, Hulda, Hellmuth, Ruth
Bunzel Georg, Heinz, Gisela, Erika, Kurt
Frigo Irene, Orlando, Edna?
Gerstenberger Ludwig, Arthur, Wilhelm, Elfriede, Erna, Marta, Ernst
Hammer Emilie, Heinrich, Luise, Margarete, Marta, Magdalena, Gertrud, Helmuth, Irmgard, Betty, Alfred, Sieglinde
Hanish
Hansen Emilie (esposa de Ludwig W. Gerstenberger)
Kehl Anton
Keschmark Wanda (esposa de Georg Burger)
Ketterer Wilhelm
Langer Kurt, Ilse, Gertrud, Mariane, Alma
Latzke Selma
Nies Adolf e filhos: Alfred, Hedwig, Marta, Paula, Erna e Helena
Alfred e filhos: Herman, Willy, Garhard, Hermine, Hedwig e Adolf
Oettinger Gregor, Ana, Carlos
Polten Heinrich e filhos: Maria, inge, Anita, Bernardo, Rosita, Gertrud, Otto
Reze Martin e esposa Hilde. Filhos: Leo, Olga, Walter, Luisa, Amanda, Erich, Waldemar, Marta (Tuti), Erna
Scheld Fritz, Elfriede
Stapf Theodor, Eugen, Jacob, Elizabeth, Alexandra, Wilhelm, Walther, Raimund
Süske Willy Walter, Erich, Maria Luise, Maria Emilia, Walter, Elza Martha, Willy Henrich Wendland Ida
Wensch Adolf e filhos: Bernard, Adolf, Marta e Frida
(Fonte: Texto extraído de publicações na imprensa local com colaboração de Marcos Vazniac e informações do site Ondinet.tk.com)
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