CIA promete revelar décadas de arquivos secretos
22 de junho de 2007


Marcos Vazniac - Hayden diz que documentos revelam traços de "época diferente". A CIA (agência de inteligência americana) anunciou que revelará para o público centenas de documentos que detalham abusos e ações ilegais da agência entre as décadas de 1950 e 1970.
Os documentos, que serão liberados na próxima semana, vão detalhar planos de assassinato, espionagem doméstica, escutas telefônicas, seqüestros e experiências com humanos.

Muitos dos incidentes já são conhecidos, mas os documentos devem fornecer um relato mais detalhado. O diretor da CIA, Michael Hayden, diz que o material "não é lisonjeiro", mas é parte da história da agência.

"Isso diz respeito à revelação ao povo americano do que fizemos em nome dele", afirmou Hayden em uma conferência de historiadores políticos estrangeiros.

Os documentos, chamados de "Jóias de Família", oferecem um "vislumbre de uma época muito diferente e de uma agência muito diferente", acrescentou o diretor da CIA.

O arquivo completo, de 693 páginas, sobre as atividades ilegais da CIA foi compilado em 1973, sob as ordens de James Schlesinger, então diretor da agência.

Schlesinger teria ficado alarmado com os relatos de envolvimento da CIA no escândalo Watergate, que teria ocorrido na gestão anterior à dele, e pediu a autoridades da agência para informá-lo sobre todas as atividades que estavam fora das determinações legais da agência.

'Esqueletos'
Antes da liberação dos arquivos pela CIA, um instituto de pesquisa independente americano, o National Security Archive, publicou na quinta-feira documentos que obteve e estariam relacionados ao assunto.

Os documentos detalham discussões do governo em 1975 a respeito dos abusos da CIA e instruções para o sucessor de Schlesinger na agência, William Colby, que afirmavam que a CIA tinha "feito coisas que não deveria".

Entre os incidentes que apresentariam "questões legais" estavam:
a prisão de um desertor soviético na década de 1960;
planos de assassinato de líderes estrangeiros, incluindo o líder cubano Fidel Castro;
escutas telefônicas e vigilância de jornalistas;
experiências de modificação de comportamento em cidadãos americanos que "ignoravam" a situação;
vigilância de grupos dissidentes entre 1967 e 1971;
abertura de cartas para a União Soviética e vindas do bloco comunista entre 1953 e 1973, além de aberturas de cartas vindas e enviadas à China entre 1969 e 1972.

Os documentos também mostram a crescente preocupação no governo do presidente Gerald Ford (1974-1977) com "esqueletos" da CIA que estavam aparecendo na imprensa. (Fonte: BBC Brasil)

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