Príncipe de Astúrias, o Titanic brasileiro
20 de julho de 2010
Marcos Vazniac - Na madrugada de 5 de março de 1.916, o navio espanhol Príncipe de Astúrias se chocava com um rochedo no litoral norte paulista, matando 600 pessoas.
O naufrágio, um dos maiores que se tem noticio no Brasil, foi notícia em todo mundo. O fato se deu há apenas 4 anos após o trágico naufrágio do navio Titanic, que em 15 de abril de 1912 durante uma viagem inaugural, bateu num iceberg e desapareceu sob as águas geladas da costa do Canadá, matando cerca de 1.513 pessoas.
O Príncipe de Astúrias zarpou do porto de Barcelona, Espanha, em 16 de fevereiro, tendo como destino final, o porto de Buenos Aires, na Argentina. No percurso, o transatlântico, iria parar no porto de Santos, litoral paulista, mas antes, colidiu com a Ponta do Boi, por volta das 4h15 do dia 5 de março.
A Ponta do Boi fica em Ilha Bela, uma das mais belas paisagens do litoral paulista. Distante 7 quilômetros do continente, a ilha tem 350 quilômetros quadrados de área- cobertos, em sua parte, por trechos intocáveis de Mata Atlântica- e conta com 36 praias de beleza rara e tem 300 cachoeiras. Ilha Bela, também é chamada de Cemitérios de Navios pelos inúmeros navios que afundaram nas redondezas.
O Príncipe de Astúrias foi lançado ao mar em abril de 1914, tinha 150,8 metros de comprimento por 19,1 de largura, e capacidade para 1.770 passageiros. No entanto, há suspeitas que no navio, transportava 1.500 passageiros clandestinos, que elevaria o número de mortos para cerca de 2 mil, superando o número de mortos do Titanic.
Poucas pessoas sobreviveram ao triste fim do Príncipe de Astúrias. As praias de Ilha Bela receberam diversos cadáveres boiando nos próximos dias.
Fonte: Revista Já do jornal Diário Popular, 25 de maio de 1997, com matéria de Odair Rodrigues Alves.Voltar para a coluna Marcos Vazniac
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