Mulher acusa médico de esquecer gaze dentro do seu corpo
Nossa Lucélia - 09.11.2012


Até agora a Polícia Civil registrou ocorrência e aguarda comparecimento da suposta vítima

OSVALDO CRUZ – Uma consultora de vendas de 45 anos moradora do Jardim Paraíso em Osvaldo Cruz procurou denunciou um suposto erro médico cometido na Santa Casa de Osvaldo Cruz.

Segundo a vítima, que registrou boletim de ocorrência na Polícia e promete recorrer à justiça, no dia 21 de outubro foi submetida a uma cirurgia de períneoplastia (é uma cirurgia plástica íntima). Nesses casos, a região perineal é reconstruída. O procedimento costuma ser realizado em mulheres que tiveram laceração da musculatura da vagina, ocasionando algum tipo de transtorno.

Segundo a mulher, o médico Airton Kamano, teria deixado dentro de seu corpo uma porção de gaze. A mulher conta que após receber alta médica começou sentir dores no abdômen e um desconforto ao sentar-se. Por isso, procurou novamente o hospital onde foi atendida por médico plantonista, que teria encontrado dentro de seu corpo vários gazes já em decomposição.

“Fui para o centro cirúrgico no dia 22 pela manhã. Foi tudo bem. O meu problema foi depois. Na terça-feira, um dia depois da cirurgia. Ele foi até meu quarto e disse se eu havia tirado o tampão (curativo da cirurgia) e ele mesmo recomendou que eu mesma poderia tirar. O tampão é o curativo interno da cirurgia, o que eu contestei. Fui ao banheiro com enfermeiras, agachei e retirei o tampão. Mas eu não sabia o que ele havia colocado lá dentro e infelizmente ficou parte do curativo no meu corpo. Nem eu e nem as enfermeiras sabiam como retirar”, afirmou a paciente.

A mulher relata que depois o médico não mais a examinou pelos dois dias seguintes à cirurgia e teve alta três dias após a operação. “Vim para casa e passou a sexta-feira com dor e no sábado tentei ir ao banheiro, mas não consegui. Recebi alta numa quinta-feira e no domingo fui ao banheiro, após tomar um laxante, quando percebi que saiu algo estranho. Fui com uma amiga ao hospital e um médico plantonista me atendeu, o Dr. Juan Felipe, prestou atendimento imediato e ele retirou de dentro de mim um 'um rolo de gaze”, relatou a paciente, que teve a identidade preservada e reforçou que quando o curativo foi retirado já estaria em estado de decomposição.

Por recomendação médica, a mulher retornou à Santa Casa a procura do médico que a operou no dia 29 e foi internada novamente. O médico que a operou teria sido chamado e recusado a atendê-la novamente. “Só depois que eu e minha amiga chamamos a polícia e registramos a ocorrência é que o médico apareceu para saber o que tinha acontecido comigo”, completou a mulher ao mencionar que pretende processar o profissional porque não consegue sentar e nem andar de direito ou sequer ficar em pé por causa de dores.

SANTA CASA SE MANIFESTA - Através do administrador do hospital, Éber Carlos Martins a Santa Casa se manifestou no sentido de não ter recebido qualquer reclamação em sua Ouvidoria sobre o caso.

“Precisamos ter conhecimento desse fato e vamos apurar. Vamos acionar o diretor técnico do hospital para avaliar se houve ou não erro médico. Eu fiquei sabendo do caso por uma amiga da paciente, que me procurou e contou que ela estava sentindo dores e o médico de plantão que a atendeu e retirou a suposta gaze e a liberou. No dia seguinte ela procurou o hospital e o mesmo médico que a operou a atendeu. Mas preciso que ela nos procure e nos dê os detalhes para que possamos investigar. Ninguém mais do que nós da direção do hospital têm interesse em que o caso seja resolvido”, disse o administrador Éber Martins, ao comentar que até agora não houve comunicado das autoridades policiais quanto à ocorrência.

A Santa Casa se colocou como a maior interessada em apurar o que aconteceu, mas só será possível investigar os detalhes dentro do que prevê a lei. O médico envolvido na denúncia, Airton Kamano, não foi encontrado para se manifestar sobre o caso.

DELEGADA DIZ QUE TESTEMUNHA RELATOU O CASO À POLÍCIA - Já a Delegada da Mulher, Laísa Rigatto, disse que o caso foi levado ao conhecimento da Autoridade por uma testemunha.

“Estou aguardando a oitiva da vítima para ela nos esclarecer com mais precisão o que aconteceu, se é caso de omissão de socorro, uma lesão corporal culposa ou não. Precisamos dos detalhes a respeito do caso em todas as oportunidades em que ela foi atendida na Santa Casa”, relatou a delegada.


Fonte: OCnet


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