Maioria da população não concorda com despesa de R$ 400 mil para TV
Nossa Lucélia - 10.11.2012



TUPÃ – Depois de ficar na “geladeira” por um bom tempo, a Câmara aprovou, segunda-feira projeto que prevê abertura de crédito especial, no valor inicial de R$ 400 mil, para a aquisição de equipamentos e material permanente destinados à implantação e funcionamento da estação, em canal aberto, da TV Câmara Digital.

Com o dinheiro seria possível construir cerca de 10 casas populares, ou comprar 20 carros populares, do modelo mais barato. Nesse sentido, a reportagem do DIÁRIO foi ouvir a opinião da população tupãense, já que o recurso investido é da prefeitura, ou seja, vai sair do bolso do cidadão tupãense.

Como não poderia deixar de ser, a maioria das pessoas não concorda com o recurso milionário destinado para a TV Câmara Digital. Praticamente todos citaram que a cidade precisa investir mais na saúde.

O comerciante Cláudio Rogério Oliveira Barbosa é um crítico da proposta. “Quando a gente pensa em recurso pedido por políticos da nossa cidade e coisas desse tipo, é incrível como eles (políticos) conseguem esses recursos bem mais rápido quando é para alguma coisa direcionada a eles próprios (políticos). Imagine R$ 400 mil investidos na área da saúde, setor que aqui em Tupã está muito ruim? Mesmo depois da construção do AME e da UPA, nota-se uma precariedade muito grande ainda nos atendimentos, na locação de médicos nos postos de saúde. É importante o sinal aberto para a população, para verificarmos o que os políticos estão realizando, mas a gente também bate numa outra tecla: não é todo mundo que tem interesse de ficar assistindo a TV Câmara. Infelizmente, estamos numa sociedade que vive à base de novelas e de programas humorísticos. Tudo isso para distrair, tirar a atenção e o foco de uma situação dessas: R$ 400 mil investidos para aparelhagens de TV. Será que vamos ver o resultado desse dinheiro investido? Resumindo, a minha opinião é a seguinte: temos outras prioridades. Não só a saúde, mas como outras coisas muito mais importantes que o nosso município está precisando”, disse.

A vendedora Angélica da Fonseca Rodrigues também foi enfática em afirmar que a saúde do município está precária. “Não acho correto investir em algo que não favorece toda a população tupãense. Em primeiro lugar, deviam prestar atenção na saúde. Onde eu moro (Tupã Mirim I), o posto mais próximo é o da Zona Leste. Mas, para ser atendido no local, precisamos enfrentar longas filas. Há também um número limitado de consultas, porque existem poucos médicos para realizar os atendimentos. Eu não me interesso pela programação da TV Câmara Digital. Quando tenho tempo de assistir algo na TV, gosto de ver novelas. É um investimento muito alto que poderia ser melhor feito na saúde”, ressaltou.

A empresária Aparecida Rodrigues enfatizou que Tupã já tem meios de comunicação suficientes. “Com certeza, Tupã tem outras prioridades. A saúde está um caos, a agricultura está necessitando de verbas. Acho que no momento não seria necessário investir um valor tão alto num veículo que não vai gerar nada para Tupã. Isso tem que ser pensado e repensado. Seria importante realizar um levantamento das prioridades da cidade. Temos coisas mais importantes para a população do que mais um canal de TV aberto. Eu acompanho (a TV Câmara) muito raramente na casa de parentes. Eu acredito que nós temos os jornais e as rádios, que são ouvidas diariamente e que nos trazem todas as informações da cidade, inclusive aspectos políticos, policiais e sociais. Não há necessidade de mais um canal de informação. Eu acho que os jornais e as rádios são mais que suficientes para a população ficar por dentro dos acontecimentos da cidade “, relatou.

O vendedor Marcelo de Jesus Labadessa também gostaria que os investimentos fossem destinados para a área da saúde. “Ao invés de investir em TV, seja ela aberta ou a cabo, se teria melhor resultado investindo na saúde, porque a situação está feia. Com esse recurso (R$ 400 mil), daria para construir escolas ou creches. Também não vejo na cidade muitas opções de lazer. Deveriam construir mais quadras e campos de futebol para a população. E outra coisa: eu não tenho tempo disponível para acompanhar a programação da TV Câmara”, disse.

A reportagem do DIÁRIO realizou outras três entrevistas e todos os entrevistados deram a mesma opinião: citaram a saúde como prioridade e não concordaram com o investimento de R$ 400 mil para a TV Câmara Digital.


Fonte: Diário de Tupã


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