Colonização da região de Lucélia descrita nos livros
Nossa Lucélia - 28.06.2014



Por Marcos Vazniac - A colonização da região de Lucélia se deu na década de 1.920 do último século. Muitas contradições são apontadas na comercialização das terras da região da Nova Alta Paulista. Áreas foram comercializadas sem o conhecimento de suas dimensões, localização, acidentes geográficos e ainda se eram terras indígenas. Os conflitos com grupos indígenas são relatados por testemunhos, embora não existam documentos escritos das atrocidades praticadas nos conflitos.

A história de colonização do Oeste Paulista remonta três fases distintas: a da colonização da região de Presidente Prudente (região da Alta Sorocabana), da colonização de Araçatuba (região da Noroeste) e por fim da colonização de Lucélia (Nova Alta Paulista), conforme relatos da monografia defendida pelo geógrafo luceliense Jeová Severo da Silva, com o tema: Lucélia-SP, Do início ao Meio: uma análise da evolução do município. Tal monografia foi defendida pelo professor Jeová Severo na Unesp de Presidente Prudente, e faz parte da memória da cidade.

Para efeito de classificação das “Zonas fisiográficas” do Estado de São Paulo, o IBGE, denominou está região de “Zona do Sertão do Rio Paraná”. Em 1960 como “Zona de Marília” ou “Alta Paulista”. Em 1970 até os dias atuais de “Nova Alta Paulista”. Essas denominações são justificadas pelo geógrafo francês Pierre Monbeing, onde este esclarece que estas determinações eram atribuídas pelas estradas de ferro.

A região da Nova Alta Paulista se estende de Tupã até Panorama e recebeu tal denominação devido a construção de estradas de ferro pela Cia. Paulista de Estrada de Ferro. A colonização de Lucélia iniciou-se de Araçatuba pela Noroeste e de Presidente Prudente pela sorocabana e de Tupã pela Paulista, como salienta Monbeing, na obra Pioneiros e Fazendeiros, um clássico da colonização do Oeste Paulista.

“A penetração dos pioneiros em Tupã foi igualmente realizável porque foram abertos caminhos entre as estações de Quatá e Rancharia e o espigão Peixe-Aguapéi. Com maior ousadia, outros plantadores, com base em Presidente Prudente, abriram as primeiras estradas nas florestas onde está atualmente a cidade de Lucélia.”1.

Presidente Prudente e Araçatuba eram os dois centros regionais servidos pelo sistema de transporte ferroviário. E deles partiram os pioneiros para frente de colonização. Tupã só contava com transporte rodoviário, pois até 1934, as estradas de ferro encontravam-se temporariamente paradas em Marília, como descrito abaixo:

“Pelo Picadão” da Noroeste, em direção ao sertão da Nova Alta Paulista, o patrimônio de maior expressão, nessa época foi a “Nova Pátria”. Este foi fundado nos idos de 1920, pela companhia Colonizadora Nova Pátria, constituída de imigrantes alemães, com sede em Porto Alegre- RS, e gerenciada por Adolf Golfaz, em Araçatuba.” 2

Vale destacar que a comunidade acima citada foi a antiga colônia de alemães e teutos que nas proximidades do Salto Botelho, constituíram uma colônia com tradições do país natal do escritor Johann Wolfgang von Goethe. Tal comunidade mudou seu nome na década de 1.940 em virtude da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, contra as potencias do Eixo. Na ocasião, alemães nutriam simpatia pela ideologia nazista.
De muitas colônias alemãs espalhadas pelo interior do Brasil, alguns simpatizantes de Adolf Hitler retornaram para a Alemanha, e lutaram a favor do nazismo.


Fontes: Marcos Vazniac _ Com informações de DA SILVA, Jeová Severo. Presidente Prudente,2001, (Monografia do curso de Geografia). MONBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros. São Paulo: Polis Ltda, 1984. Pag. 199. SILVA, Rubens Galdino da. Incorporação da Nova Alta Paulista ao setor produtivo do Estado de São Paulo: Município de Adamantina (1937-1955). Assis: ILHP de Assis: 1989. (Dissertação de Mestrado p. 54..)

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Lucélia - A Capital da Amizade
O primeiro município da Nova Alta Paulista