Lucélia sempre teve uma forte vocação agrícola
Nossa Lucélia - 28.06.2015



LUCÉLIA - O município de Lucélia já foi um grande produtor de algodão, amendoim, arroz, feijão, milho e até hortelã, que na época da Segunda Guerra Mundial, era procurado em larga escala, e em Lucélia houve plantio. Portanto, o setor primário foi é ainda é de grande importância para a economia da cidade.

Mas foi a cultura do café que deu ao município uma das suas  maiores riquezas. Hoje, muitos armazéns estão abandonados ou alugados para algum tipo de atividade do setor terciário. Mas até o início da década de 1.980, muitas máquinas para armazenar o café colhido na zona rural existiam na cidade. Também máquinas de beneficiar arroz, e máquinas para guardar o algodão eram uma realidade na cidade.

A região Oeste Paulista em especial a Nova Alta Paulista, foi uma das últimas fronteiras agrícolas para a cafeicultura. Muita mata foi derrubada para dar lugar as enormes fazendas de café. As colônias onde os moradores viviam formavam verdadeiros núcleos habitacionais. O geógrafo francês Pierre Monbeig, passou por Lucélia no início da década de 1.940 e viu “in loco” o trabalho na lavoura cafeeira. O francês veio da cidade de Presidente Prudente e passou por onde nascia uma cidade chamada Lucélia, no sertão bravio do oeste paulista.

O histórico da produção de café em Lucélia teve seu início contabilizado a partir da década de 1.950 quando foi cultivado 2.726.344 pés de café, o que resultou uma produção de 2.398 toneladas. A produção ainda era tímida, mas as terras férteis da região favoreciam os futuros investimentos.

Na década seguinte a produção aumentou para 4.164.266 de pés plantados, com uma produção de 9.364 toneladas de café. No início da década de 1.970 a produção continuou a mesma da última década. Foram cultivados 4.048.250 pés de café, mas a produção caiu um pouco para 3.634 toneladas. No ano de 1.975 aconteceu uma tragédia climática que mudou  praticamente a economia da cidade de Lucélia e de todo o Oeste Paulista e de outros estados.

A “Geada de 1.975”, praticamente acabou os cafezais de Lucélia, deixando  um enorme prejuízo para os produtores rurais, que tiveram que replantar a lavoura ou procurar outra alternativa econômica. Mas apesar da “geada negra”  como ficou conhecida a produção no ano de 1.980 foi de 5.793.782 pés de café, para uma produção de 5.240 toneladas. Em 1.985, o IBGE fez outra amostragem e foi contatado que no município de Lucélia haviam  3.539.675 de pés de café, para uma produção de 7.463 toneladas, um aumento na produção apesar da diminuição na área plantada.

Já em 1.995 a área cultivada bem como a produção declinou bastante. Foram 200.000 pés de café, para uma produção de 108 toneladas. A última amostragem do ano 2000 mostra 700.000 pés de café para 504 toneladas. Hoje o café sofre a forte concorrência da cana-de-açúcar, que a partir do programa Pró-álcool do governo federal, lançado após a crise do petróleo no Oriente Médio, resultou na inauguração de usinas para produção de etanol e açúcar no interior brasileiro. Os cafeicultores acabaram migrando para o cultivo da cana-de-açúcar.

CANA-DE-AÇÚCAR - Com a crise provocada pela geada de 1975, muitos agricultores de Lucélia e região, mudaram para a cultura da cana. Na década de 1.970, a produção de cana na zona rural de Lucélia era tímida, algo em torno de quatro toneladas. Em 1.980 a produção aumentou para 203 toneladas, uma produção ainda pequena se comparada com os números posteriores.  Em 1.985 a área plantada em Lucélia era de 2.622 hectares para uma produção de 170.434 toneladas de cana.  Em 1.985 a produção na zona rural foi de 4.736 hectares para uma colheita de 355.200 toneladas do produto, que foi transformado em etanol e açúcar.

Na última amostragem do IBGE no ano 2000, em Lucélia foram cultivados 4.333 hectares para uma produção de 346.640 toneladas de cana-de-açúcar. Os canaviais mudaram a paisagem da zona rural de Lucélia. Enormes tapetes verdes são vistos as margens das principais rodovias e vicinais que cortam o município de Lucélia. O setor gera muitos empregos movimentando a economia da cidade. Hoje, o setor sucroalcooleiro é responsável direta e indiretamente pelos inúmeros empregos nos municípios da região.


Fonte: Marcos Vazniac

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O primeiro município da Nova Alta Paulista