'FRAGMENTOS' DA HISTÓRIA DE LUCÉLIA
Na Igreja Ortodoxa de São Nicolau em São Paulo há documentos inéditos sobre Balisa
Nossa Lucélia - 03.07.2016
Documentação como registro de batismo e casamento foram enviados para a matriz na cidade de São Paulo, que fica no bairro da Liberdade, reduto de grande concentração de imigrantes japoneses
LUCÉLIA - Antes de Lucélia ser Lucélia existia uma comunidade de eslavos denominada Balisa. Ficava nas proximidades dos dois riachos o Água Grande o Ribeirão Balisa para quem vai pela vicinal João Lopes da Silva que liga Lucélia a Pracinha, ficava do lado direito, perto da ponte do “Água Grande”. Lucélia foi distrito de Martinópolis, cuja emancipação político-administrativa só ocorreu em 1944. Portanto, Balisa era distrito de Martinópolis.
Sobre a religiosidade destes povos, que imigraram da antiga Bessarábia para fundar no meio da selva, uma comunidade que foi a célula máter de Lucélia, Adamantina e outras cidades da região, podemos dizer que além do catolicismo, maior religião do Brasil naquela época, e da Igreja Batista, cujos adeptos e seguidores de tais credos existiam entre os moradores de Balisa, havia também, a religião Ortodoxa, onde uma igreja foi inaugurada e os cultos do rito oriental aconteciam como na Rússia.
Um sacerdote da igreja ortodoxa russa vinha de São Paulo, até Balisa, onde fazia casamentos, batizados, ministrava a Eucaristia e celebrava no meio da selva virgem a fé em Jesus Cristo e nos dogmas da Igreja Ortodoxa.
Segundo relatos de antigos moradores, havia uma pequena igreja ortodoxa em Balisa, o padre vinha duas vezes por ano, de São Paulo, para realizar casamentos, batismos etc. Descia do trem na estação de Martinópolis e alguns moradores iam esperá-lo, levando-o a cavalo até Balisa.
Como a conversão ao catolicismo o padre russo deixou de vir até Balisa e a antiga religião foi aos poucos abandonada, mas não seus documentos. Toda documentação, como registro de batismo e casamento foram enviados para a matriz na cidade de São Paulo, mais precisamente para o bairro da Liberdade, reduto de grande concentração de imigrantes japoneses. Mas é exatamente neste bairro nipônico de São Paulo, que ainda existe a igreja Ortodoxa Russa de São Nicolau.
A documentação pode ser encontrada e verificada na igreja de São Nicolau, que fica na rua de Tamandaré, no bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo. Os livros estão preservados e escritos no alfabeto cirílico, utilizado em países como Rússia, Ucrânia e Bulgária, no leste europeu.
A Igreja Ortodoxa (também chamada de “igreja da glória verdadeira”, ou Igreja Católica Ortodoxa é uma comunhão de igrejas cristãs autocéfalas, herdeiras da cristandade do Império Bizantino, que reconhece o primado de honra do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla desde que a sede de Roma deixou de comungar com a ortodoxia. Reivindica ser a continuidade da Igreja fundada por Jesus, considerando seus líderes como sucessores dos apóstolos.
A Igreja Ortodoxa tem aproximadamente dois mil anos, contando-se a partir da Igreja Primitiva, e aproximadamente mil anos, contando-se a partir do Cisma do Oriente ou Grande Cisma, em 1054. Desde então, os ortodoxos não reconhecem a primazia papal, a cláusula Filioque e não aceitam muitos dos dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs e em geral têm uma história hagiográfica à parte do catolicismo romano.
Apesar de católicos romanos e ortodoxos terem uma história comum, que começa com a fundação da Igreja e com a difusão do cristianismo pelos apóstolos, uma série de dificuldades ocasionou o progressivo distanciamento entre Roma e os Patriarcas. Primeiro veio a quebra da unidade política. Com a divisão do Império Romano em 395, a queda do Império Romano do Ocidente em 476 e o fracasso da tentativa de Justiniano I de reunificar o império a partir de 535, o Oriente e o Ocidente deixaram de ter o mesmo governo. A partir do século VII, com a ascensão do Islamismo, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, tornaram-se mais difíceis, e a unidade cultural se deteriorou.
Em que pesem diferenças teológicas, organizativas e de espiritualidade não desprezáveis, a Igreja Ortodoxa é, em muitos aspectos, semelhante à Igreja Católica: preserva os sete sacramentos (ainda que reconheça outros sacramentos e o número exato de sete tenha sido emprestado dos catecismos católicos romanos), o respeito a ícones e o uso de vestes litúrgicas nos seus cultos (denominados de Divina Liturgia). Seus fiéis são chamados de cristãos ortodoxos.
No seu conjunto, a Igreja Ortodoxa é a terceira maior confissão cristã, contando, em todo o mundo, com aproximadamente 250 milhões de fiéis, concentrados sobretudo nos países da Europa Oriental. As igrejas ortodoxas mais importantes são a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Ortodoxa Russa."
Fonte: Marcos Vazniac - Da Gazeta Regional / Com texto do grupo Balisa, Distrito de Martinópolis e Lucélia, página do FacebookVoltar para Home de Notícias
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