Físico nascido em Lucélia lança o livro "Física Nuclear e de Partículas: Uma introdução"
Nossa Lucélia - 05.04.2017
LUCÉLIA - O físico Diógenes Galetti, nascido na cidade de Lucélia, está com um novo livro. Ele lançou, no início do ano, em parceria com Salomon S. Mizrahi, o livro "Física Nuclear e de Partículas: Uma introdução".
A obra, segundo o autor, é destinada para alunos do último ano de Física. Em entrevista ao jornal Gazeta Regional, o cientista nascido em Lucélia, falou sobre o livro, e sobre outros temas como a Teoria das Supercordas, e os trabalhos dos supercondutores que buscam encontrar as partículas como o Bóson de Higgs, ou Partícula de Deus, a menor partícula subatômica, que segundo os físicos, de onde surgiu toda matéria e energia do Universo, chamado de Big Bang.
Galetti, fez o primário no 2.º Grupo Escolar de Lucélia, o ginasial e parte do colegial no Colégio Firpo, e o último ano no colégio Bonifácio de Carvalho em São Caetano do Sul. Entrou na Universidade de São Paulo no curso de Física onde se graduou; obteve o título de Mestre em Ciências e o Doutorado em Física na área de Física Nuclear.
Trabalhou como pesquisador em Física Teórica na Fundação Instituto de Física Teórica onde deu aulas de algumas disciplinas como Mecânica Quântica, Mecânica Estatística e Métodos Matemáticos da Física, fez pesquisa e orientou alunos. Foi contratado para formar o quadro do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita, a UNESP. Trabalhou como Pesquisador neste Instituto até sua aposentadoria, o que ocorreu em 2011. Ministrou disciplinas de pós-graduação ao longo deste tempo e orientou alunos para o mestrado e doutorado. Sua atividade acadêmica foi dirigida para pesquisa em Física Nuclear, Mecânica Quântica e Métodos Matemáticos em Física.
Sobre o seu livro "Física Nuclear e de Partículas: Uma introdução" recentemente lançado Galleti afirmou que o livro é uma obra didática, um livro texto para a disciplina de Física Nuclear. Reflete exatamente o objetivo dele: alunos de cursos de Física ou Engenharia que cursem o último ano. É, de fato, um livro especializado, indicado para quem já fez as disciplinas básicas e algumas mais especializadas, como mecânica clássica, mecânica quântica, um pouco de relatividade e métodos matemáticos da física. O coautor do livro é Salomon S. Mizrahi, hoje também aposentado, também trabalhou na Fundação Instituto de Física Teórica e foi professor na Universidade Federal de São Carlos onde teve atividade intensa em docência e pesquisa, tendo trabalhado em Física Nuclear e Óptica Quântica. Ministrou a disciplina de Física Nuclear no quarto ano da graduação em São Carlos.
Quando perguntado sobre quer tipos de livros indicaria para leigos no assunto, o físico respondeu: “Hoje em dia há uma variedade enorme de títulos de livros de divulgação em Física. Muitos não têm caráter científico, sendo mistura de crenças religiosas com algum conteúdo, geralmente distorcido, de Física. Mas há, sim, vários que são orientados para divulgação. Como há muitas áreas da Física, há também vários livros à disposição; depende do interesse do leitor. Em áreas avançadas da Física, o grande problema dos livros de divulgação é que eles não são facilmente compreendidos, embora sejam vendidos como sendo compreensíveis. O leitor deve ponderar se é isso que ele quer. Com relação à área de energia nuclear -- veja que não disse Física Nuclear -- escrevemos um livro não especializado para leitores com formação de ensino médio e professores, um livro paradidático. Eu e o professor Celso L. Lima da Universidade de São Paulo elaboramos este texto, que foi publicado pela Editora da UNESP já há alguns anos. O título é: "Energia Nuclear: com fissões e com fusões". Explicou.
Quando questionado sobre um tema atual da Física mundial as famosas supercordas, e dos trabalhos dos supercondutores que estão sendo realizados na Europa, Galetti respondeu: “Supercordas foi uma tentativa de fazer teoria de partículas elementares com teoria de campo usando uma formulação matemática que envolve espaços de muitas dimensões. As partículas seriam oscilações peculiares de unidades minúsculas, chamadas cordas, e que dariam a base de construção de toda matéria e radiação conhecidas. Até o momento a teoria não conseguiu ser testada, não produziu resultados que pudessem ser comparados com qualquer dado experimental. Assim, há sérias dúvidas se esta teoria tem algum fundamento ou não. Não obstante, há vários grupos no mundo trabalhando nisto. A Matemática envolvida é muito pesada e, para que se avance um pouco, é preciso muito trabalho. Já a área de supercondutores diz respeito à matéria condensada ou estado sólido. O que se procura é qual tipo de material composto se comporta como muito bom condutor de eletricidade. Em temperaturas muito baixas são conhecidos alguns materiais, ou seja, materiais que quase não dissipam energia na forma de calor quando conduzem eletricidade. É por esta razão que são chamados de supercondutores: porque conduzem eletricidade quase sem nenhuma dissipação de energia. O problema está em conseguir algum tipo de material que conduza eletricidade sem dissipação na temperatura ambiente -- em torno de 20 graus -- o que ainda não foi conseguido plenamente. Este seria um objetivo de grande valor tecnológico.
Os grandes aceleradores de partículas são máquinas gigantes que têm como objetivo acelerar e fazer colidir partículas ou núcleos para produzir outras partículas ou núcleos. São as chamadas reações de partículas ou nucleares. Estas máquinas imensas usam tecnologia muito avançada, o que inclui imãs supercondutores que, por sua vez, usam sistemas de criogenia especializada para obter temperaturas muito baixas. Há máquinas que não precisam de criogenia sofisticada; depende do que é pretendido da máquina. Veja-se o exemplo do acelerador de radiação síncroton que há em Campinas. É uma máquina de tecnologia avançada desenvolvida aqui no Brasil, e que tem grande perspectiva de produzir avanços científicos e tecnológicos no futuro próximo”.
O físico finalizou a entrevista dizendo que está à disposição de vir à cidade de Lucélia, ministrar uma palestra sobre Física: “Sempre que tenho algum tempo disponível eu vou à Lucélia. Já fiz várias visitas para encontrar meus amigos e, em algumas ocasiões, já estive aí fazendo palestras em Física. Algumas vezes falei em Adamantina também, no Colégio Objetivo e na FAI. Na maioria das vezes falei para o Grupo de Ciências Luckesi, do colégio Firpo, que é coordenado pelo professor Paulo Fiorato. Se não me engano, a última palestra foi sobre energia solar; sem dúvida continuo disposto a apresentar palestras para meus conterrâneos, sim; é uma simples questão de acerto de datas.”
PROFESSOR DIÓGENES GALETTI
1) Fiz o primário no Segundo Grupo Escolar de Lucélia, o ginasial no Colégio Firpo e parte do colegial no Firpo e o último ano no colégio Bonifácio de Carvalho em São Caetano do Sul. Entrei na Universidade de São Paulo no curso de Física onde me graduei; obtive o título de Mestre em Ciências e o Doutorado em Física na área de Física Nuclear. Fui convidado então para trabalhar como pesquisador em Física Teórica na Fundação Instituto de Física Teórica onde dei aulas de algumas disciplinas como mecânica quântica, mecânica estatística e métodos matemáticos da física, fiz pesquisa e orientei alunos. Após algum tempo, fomos contratados para formar o quadro do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita, a UNESP. Trabalhei como Pesquisador neste Instituto até minha aposentadoria, o que ocorreu em 2011. Ministrei disciplinas de pós-graduação ao longo deste tempo e orientei alunos para o mestrado e doutorado. Minha atividade acadêmica foi dirigida para pesquisa em Física Nuclear, Mecânica Quântica e Métodos Matemáticos em Física. Hoje mantenho-me ativo sendo Professor Voluntário também no Instituto.
2) O livro que foi lançado recentemente é um livro didático, um livro texto para a disciplina de Física Nuclear. Seu título, "Física Nuclear e de Partículas: Uma introdução" reflete exatamente o objetivo dele: alunos de cursos de Física ou Engenharia que cursem o último ano. É, de fato, um livro especializado, indicado para quem já fez as disciplinas básicas e algumas mais especializadas, como mecânica clássica, mecânica quântica, um pouco de relatividade e métodos matemáticos da física. Salomon S. Mizrahi, hoje também aposentado, também trabalhou na Fundação Instituto de Física Teórica e foi professor na Universidade Federal de São Carlos onde teve atividade intensa em docência e pesquisa, tendo trabalhado em Física Nuclear e Óptica Quântica. Ele é mentor e principal artífice de nosso livro já que ele ministrou a disciplina de Física Nuclear no quarto ano da graduação em S. Carlos durante vários anos. Mantenho uma colaboração frutífera com ele desde meu doutoramento; assim, nossa colaboração no preparo do livro foi espontânea, muito gratificante e divertida.
3) Hoje em dia há uma variedade enorme de títulos de livros de divulgação em Física. Muitos não têm caráter científico, sendo mistura de crenças religiosas com algum conteúdo, geralmente distorcido, de física. Mas há, sim, vários que são orientados para divulgação. Como há muitas áreas da Física, há também vários livros à disposição; depende do interesse do leitor. Em áreas avançadas da Física, o grande problema dos livros de divulgação é que eles não são facilmente compreendidos, embora sejam vendidos como sendo compreensíveis. O leitor deve ponderar se é isso que ele quer. Com relação à área de energia nuclear -- veja que não disse Física Nuclear -- escrevemos um livro não especializado para leitores com formação de ensino médio e professores, um livro paradidático. Eu e o professor Celso L. Lima da Universidade de São Paulo elaboramos este texto, que foi publicado pela Editora da UNESP já há alguns anos. O título é: "Energia Nuclear: com fissões e com fusões". Em outras áreas da Física há vários títulos; os leitores podem procurar se informar.
4) Supercordas foi uma tentativa de fazer teoria de partículas elementares com teoria de campo usando uma formulação matemática que envolve espaços de muitas -- muitas mesmo! -- dimensões. As partículas seriam oscilações peculiares de unidades minúsculas, chamadas cordas, e que dariam a base de construção de toda matéria e radiação conhecidas. Até o momento a teoria não conseguiu ser testada, não produziu resultados que pudessem ser comparados com qualquer dado experimental. Assim, há sérias dúvidas se esta teoria tem algum fundamento ou não. Não obstante, há vários grupos no mundo trabalhando nisto. A matemática envolvida é muito pesada e, para que se avance um pouco, é preciso muito trabalho. Já a área de supercondutores diz respeito à matéria condensada ou estado sólido. O que se procura é qual tipo de material composto se comporta como muito bom condutor de eletricidade. Em temperaturas muito baixas são conhecidos alguns materiais, ou seja, materiais que quase não dissipam energia na forma de calor quando conduzem eletricidade. É por esta razão que são chamados de supercondutores: porque conduzem eletricidade quase sem nenhuma dissipação de energia. O problema está em conseguir algum tipo de material que conduza eletricidade sem dissipação na temperatura ambiente -- em torno de 20 graus -- o que ainda não foi conseguido plenamente. Este seria um objetivo de grande valor tecnológico. Os grandes aceleradores de partículas são máquinas gigantes que têm como objetivo acelerar e fazer colidir partículas ou núcleos para produzir outras partículas ou núcleos. São as chamadas reações de partículas ou nucleares. Estas máquinas imensas usam tecnologia muito avançada, o que inclui imãs supercondutores que, por sua vez, usam sistemas de criogenia especializada para obter temperaturas muito baixas. Há máquinas que não precisam de criogenia sofisticada; depende do que é pretendido da máquina. Veja-se o exemplo do acelerador de radiação síncroton que há em Campinas. É uma máquina de tecnologia avançada desenvolvida aqui no Brasil e que tem grande perspectiva de produzir avanços científicos e tecnológicos no futuro próximo. Uma primeira versão já funciona lá.
5) Sempre que tenho algum tempo disponível eu vou a Lucélia. Já fiz várias visitas para encontrar meus amigos e, em algumas ocasiões, já estive aí fazendo palestras em Física. Algumas vezes falei em Adamantina também, no Colégio Objetivo e na FAI. Na maioria das vezes falei para o Grupo de Ciências Luckesi, do colégio Firpo, que é coordenado pelo Professor Paulo Fiorato. Se não me engano, a última palestra foi sobre energia solar; também foi no próprio colégio. Sem dúvida continuo disposto a apresentar palestras para meus conterrâneos,sim; é uma simples questão de acerto de datas.
Fonte: Marcos VazniacVoltar para Home de Notícias
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